Inconsistências na Onipotência de Ada: As Contradições Não Explicadas no Capítulo 27 de Boruto: TBV



O capítulo 27 de Boruto: Two Blue Vortex oferece uma explicação para a imunidade de Sarada Uchiha e Sumire Kakei à Onipotência de Ada. No entanto, essa revelação gera contradições fundamentais que comprometem a lógica interna do mangá. Este artigo analisa de forma objetiva e focada apenas nas contradições identificadas, baseando-se exclusivamente no conteúdo do capítulo.

Resumo da Revelação do Capítulo 27

Ada afirma que, de forma inconsciente e desde o primeiro encontro, desejou uma amizade verdadeira com Sarada e Sumire. Esse desejo subconsciente as excluiu da Onipotência, permitindo que elas percebam Boruto como ele realmente é, apesar do desejo global de Kawaki de trocar de lugar com ele.

Embora essa justificativa pareça resolver o mistério, ela não aborda adequadamente as mecânicas do poder. A seguir, as três contradições principais.

Contradição 1: O Desejo de Kawaki Não Interfere no Desejo Prévio de Ada?

  • Fato estabelecido: O desejo inconsciente de Ada pelas meninas ocorreu antes do pedido de Kawaki. Posteriormente, Ada ativou conscientemente a Onipotência para realizar o desejo dele, afetando todo o mundo.
  • Contradição: Os desejos são separados e distintos – um sobre amizade pessoal, o outro sobre troca global de identidades. No entanto, a Onipotência opera como um sistema unificado controlado por Ada. Ao ativar o poder para Kawaki, ela deveria ter considerado ou preservado explicitamente a exceção prévia. O mangá não menciona qualquer "atualização" ou salvaguarda, deixando inexplicado por que o desejo global não se sobrepôs à exceção pessoal.
  • Implicação: Se desejos independentes coexistem sem interferência, por que todos os outros personagens foram afetados? A distinção entre "pré" e "pós" não justifica a imunidade seletiva.

Contradição 2: Uma Amizade "Verdadeira" Gerada por Manipulação Artificial?

  • Fato estabelecido: Ada descreve o desejo como inconsciente e voltado para uma amizade verdadeira.
  • Contradição: Toda a interação inicial entre Ada, Sarada e Sumire foi induzida pela Onipotência. As meninas só desenvolveram afeto por Ada devido à manipulação perceptual do poder, não por escolha orgânica. Uma amizade forjada artificialmente não pode ser considerada "verdadeira" – ela é, por definição, produto da ilusão que a Onipotência impõe.
  • Implicação: O desejo de autenticidade anula a si mesmo. Se a base da amizade é falsa, a exclusão delas da Onipotência perde sua fundamentação lógica.

Contradição 3: Exceção Seletiva Sem Critérios Claros?

  • Fato estabelecido: Apenas Sarada e Sumire foram excluídas; todos os demais, incluindo aliados próximos de Ada, foram afetados pelo desejo de Kawaki.
  • Contradição: O mangá não explica por que o desejo inconsciente se limitou exclusivamente a essas duas personagens. Ada interage com outros indivíduos (como Code ou Kawaki inicialmente), mas nenhuma exceção similar foi aplicada. Sem precedentes para desejos subconscientes seletivos, essa imunidade parece arbitrária.
  • Implicação: Se o poder permite exceções baseadas em afinidades não declaradas, sua abrangência global é questionável, enfraquecendo a mecânica estabelecida nos capítulos anteriores.

Conclusão: Desejos Separados Não Resolvem a Inconsistência Sistêmica

A ideia de que o desejo inconsciente de Ada "permanece intacto" apesar da ativação posterior para Kawaki ignora o controle centralizado de Ada sobre a Onipotência. Ela poderia – e deveria, logicamente – ter integrado as exceções ao realizar o desejo global. A ausência dessa explicação técnica transforma uma revelação emocional em uma falha narrativa.

Essas contradições sugerem que o capítulo prioriza o desenvolvimento de personagens sobre a consistência do poder, resultando em uma Onipotência menos absoluta do que previamente estabelecido. Espera-se esclarecimentos nos capítulos subsequentes para restaurar a coerência.

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